Depois de uma tentativa mal-sucedida de lançar um celular “feito nos EUA”, a Trump Mobile decidiu reformular seu modelo de negócios e entrar no competitivo mercado de recondicionamento de smartphones, agora revendendo iPhones usados. A mudança representa uma guinada pragmática para uma marca que havia nascido sob o discurso nacionalista e de oposição a produtos chineses — justamente o país de origem do seu primeiro aparelho.
O novo portfólio da empresa inclui iPhones 14 e 15 recondicionados, comercializados diretamente em sua loja online. O modelo 14 é oferecido por US$ 489, valor significativamente superior ao encontrado em marketplaces consolidados como a Amazon, onde o mesmo dispositivo é vendido por cerca de US$ 335. Já o iPhone 15 aparece por US$ 629, o que o coloca em faixa semelhante a modelos novos de gerações mais recentes.
Para especialistas do setor de ITAD (IT Asset Disposition) e trade-in, a entrada da Trump Mobile nesse mercado sinaliza o interesse crescente de novas marcas em capturar parte da margem do recondicionamento — um segmento que tem se mostrado altamente lucrativo, especialmente com o aumento da demanda por dispositivos premium a preços mais acessíveis. No entanto, o desafio da empresa será convencer consumidores e distribuidores de que há valor agregado suficiente para justificar preços tão acima da média.
Com margens de lucro apertadas e forte concorrência global, a rentabilidade nesse setor depende da eficiência logística, da escala de recondicionamento e da confiança do consumidor — fatores que ainda precisam ser consolidados pela Trump Mobile.

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